A saudade passou, a vontade esvaiu, o meu corpo descansou. Agora tudo é passado.
Volto a escrever sobre ti mas meus dedos não carregam a mesma doçura de outrora. Infelizmente, talvez. Volto a escrever sobre ti por algum motivo por mim desconhecido. Volto a escrever pra reler o que restou daqueles dias, dos nossos dias. Do que foi, e não é mais. E nem será! Volto a escrever pra certificar que a dor causada não faz mais moradia em mim, que o final não me rouba mais lágrimas, que não guardo rancor, guardo apenas nossos sorrisos como fotografia.
Eu me sento aqui e volto a escrever sobre ti, e o meu discurso persistentemente egoísta ainda rasteja na beirada da lembrança, aquele discurso que hoje não me tortura, mas que ficou gravado nas páginas dos meus caderninhos de desabafo, jogados na minha mochila... "Não lateja em ti?".
Tu me deixou um pouco egoísta, mas hoje eu consigo me amar. Obrigada pelas linhas escritas. Obrigada pela dor, ela também me serviu. Obrigada.
(Limpe a ironia dos teus olhos e leia com o que pulsa ai dentro de ti.)